Para mim, tudo começou em 2007. Após quase 15 anos trabalhando em pregões, estava quase perdendo o emprego e procurava algum outro jeito de agregar valor e permanecer empregado.
Foi quando comecei a pensar na intranet.
Uma lista de experimentos fracassados
Na época eu usava Gmail e Google Apps e pensei: Por que não ter algo assim no trabalho? Então comecei a pesquisar diferentes opções, o que levou ao primeiro de muitos pilotos.
2008 - Google no trabalho: íamos usar Gmail e iGoogle (lembra disso?). Fizemos um piloto, mas cancelamos porque não passou nas exigências legais e de conformidade.
2009 - Yammer: Uma divisão de negócios começou a usar e acabou viralizando, até que Compliance bloqueou o acesso.
2009 - Facebook: Investigamos a integração segura via software de uma start-up israelense, mas nunca chegamos a fazer um piloto.
2010 - The Wire: hospedamos nosso próprio serviço de microblog para evitar problemas de conformidade. TI começou a usar de modo significativo, mas foi considerado marginal pela maioria.
2011 - Jive: Conseguimos recursos para 12.000 licenças e elas se foram em 6 meses. Forçados a encerrar ou comprar mais licenças, garantimos uma licença corporativa por vários anos, o que nos deu tempo para experimentar e impulsionar a adoção.
Você vê um padrão? Estávamos tão focados na tecnologia, em tentar ferramenta após ferramenta, que nos esquecemos de pensar em como ajudar as pessoas e resolver problemas.
“Isto vai mudar tudo”
Sabíamos que o Jive, uma rede social corporativa completa, poderia fazer uma diferença enorme na forma como as pessoas trabalhavam. Mas em 2011, nossos experimentos ensinaram que “torcer pelo viral” não era uma boa estratégia. Assim, nossa pequena equipe lançou, evangelizou, treinou, deu workshops, atuou como embaixadores, criou comunidades e experimentou todas as boas práticas que pudemos encontrar ou imaginar.
Ainda assim não foi o suficiente. Quer dizer, a mudança veio muito devagar. Nos quatro anos seguintes, o número de usuários ativos aumentou, chegando a 90.000 pessoas, mas enfrentamos desafios existenciais a cada ano: patrocinadores saindo, cortes no orçamento, reorganizações, TI ameaçando mudar de plataforma.
Quando saí da empresa, a maior parte do que considerávamos "a intranet" havia se mudado para a rede social corporativa, e mais pessoas a usavam de maneiras abertas e colaborativas. O que ainda estávamos buscando era como acelerar esse tipo de mudança.
A maior lição
Em retrospecto, a maior lição que aprendi foi que, embora existam muitas “barreiras para adoção” de novas tecnologias no trabalho, a maior delas é o conjunto de hábitos profundamente arraigados das pessoas. A maioria dos funcionários está ocupada, distraída e possivelmente desengajada. Mesmo que a nova intranet seja melhor para eles, não prestarão muita atenção.
Em um artigo intitulado “What We Know About MakingEnterprise Social Networks Successful Today” (O que sabemos sobre como tornar redes sociais corporativas bem sucedidas hoje), Dion Hinchcliffe (conhecido autor e estrategista digital) resumiu muito bem:
“Redes sociais corporativas são sobre pessoas + tecnologia digital: concentre-se nessa ordem”
Ele forneceu uma ampla gama de conselhos excelentes, incluindo como ajudaria as pessoas a tirar proveito das novas ferramentas:
“De todas as competências digitais que os trabalhadores deveriam adquirir, talvez a que mais naturalmente sirva de rampa de acesso à maioria das outras e que leva tanto a resultados concretos quanto a desdobramentos interessantes é o ato de trabalhar em voz alta (working out loud, WOL) em canais digitais.
… o impulso para que organizações criem círculos WOL para desenvolver competências em torno da técnica é provavelmente o melhor lugar para começar.”
O que eu faria agora
“Rampa de acesso” é uma boa metáfora. As pessoas não começarão a usar novas ferramentas digitais por causa de treinamento em TI ou porque alguém falou para fazer. Mas elas irão usar se, como em um Círculo WOL, sentirem que estão relacionadas com algum objetivo relevante a elas, que lhes dão mais controle sobre a carreira e acesso a oportunidades.
A Bosch é uma das empresas líderes na divulgação dos Círculos, e Katharina Krentz falou sobre isso esta semana em uma conferência de negócios digitais na Alemanha. Em sua palestra, “Working Out Loud as a Change Method” (Trabalhando em voz alta como um método de mudança), ela compartilhou alguns dos resultados da pesquisa:
88% dizem: “Eu uso o Bosch Connect com mais eficiência agora”
97% dizem: “O programa aumenta as capacidades digitais e apoia a mudança cultural”
Esses números são muito melhores do que qualquer outra coisa que experimentei quando cuidava da intranet. Para expandir esse tipo de mudança ainda mais, eu integraria os Círculos a todo processo ou programa existente em que as pessoas se beneficiam com o cultivo de melhores relacionamentos no trabalho.
* programa de desenvolvimento de liderança
* programas ambiente de trabalho digital
* programas de mudança cultural
Em suma, eu tentaria ajudar as pessoas a experimentar uma maneira melhor de trabalhar onde quer que estejam, e por tempo suficiente para que “a nova maneira” se torne um novo hábito.
Texto original em inglês por John Stepper em 03/05/2014:
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