Imagine que vocĂȘ estĂĄ em uma grande sala cheia de pessoas que vocĂȘ nĂŁo conhece. VocĂȘ se sente um pouco estranho, sem saber por onde começar, Ă medida que continua procurando por rostos familiares. EntĂŁo, em meio a uma tentativa de bater papo com alguĂ©m, vocĂȘ descobre que tem algo em comum e se agarra a isso como uma corda conectando vocĂȘs dois.
Talvez vocĂȘ tenha compartilhado algo pequeno, como onde vocĂȘ nasceu ou foi para a escola ou que tem filhos da mesma idade. Ou talvez seja algo que vocĂȘ experimentou, como perder alguĂ©m para uma doença ou sofrer de uma doença vocĂȘ mesmo. Essa troca, esse vĂnculo, pode mudar fundamentalmente o modo como vocĂȘs se relacionam.
Agora imagine que essa sala seja realmente a sua empresa, cheia de milhares de pessoas de todo o mundo.
A mĂĄscara que nĂłs usamos
“O fato de eu ser eu e mais ninguĂ©m Ă© um dos meus maiores bens.” escreveu Haruki Murakami. Mas, no trabalho, a maioria de nĂłs se sente compelida a se esconder atrĂĄs de uma mĂĄscara de profissionalismo frio. Como resultado, nosso “maior patrimĂŽnio” Ă© reduzido a uma mesmice impessoal, e as chances de conexĂŁo humana sĂŁo bastante reduzidas.
VocĂȘ nĂŁo precisa usar todas as suas informaçÔes pessoais na manga ou anunciĂĄ-las em todas as reuniĂ”es. VocĂȘ apenas tem que ser todo o seu ser, disposto e aberto para oferecer o que o torna vocĂȘ. Quando vocĂȘ sente que pode fazer isso, vocĂȘ experimenta o que os neurocientistas podem chamar de "ressonĂąncia interna" ou "coerĂȘncia", produzindo uma sensação de confiança e clareza.
VocĂȘ quase certamente sentiu os efeitos negativos de "fazer uma cara boa" no trabalho, apesar do que estava acontecendo ao seu redor e dentro de vocĂȘ.
Um exemplo simples no trabalho
Escrevi recentemente sobre um workshop com 550 engenheiros. Nós os agrupamos em 110 grupos de cinco pessoas e, desta vez, tentamos algo diferente: começamos pedindo que listassem dez fatos sobre si mesmos. Ofereci meu próprio exemplo.
“Seus fatos podem incluir coisas que descrevem vocĂȘ. Por exemplo, eu moro na cidade de Nova York. Eu tenho cinco filhos. Minha esposa Ă© japonesa. Eu sou um vegetariano. Meus avĂłs migraram da ItĂĄlia.
Eles tambĂ©m podem ser coisas que vocĂȘ experimentou, tanto agradĂĄveis quanto desagradĂĄveis. Tive fĂ©rias maravilhosas na Provença. Eu fui demitido. Minha mĂŁe era diabĂ©tica.
Liste dez coisas que o tornam vocĂȘ. ”
ApĂłs um curto perĂodo de reflexĂŁo e elaboração de listas, pedimos a eles que compartilhassem alguns de seus fatos em seus pequenos grupos, procurando conexĂ”es e coisas que considerassem notĂĄveis. A energia na sala mudou. NĂŁo eram mais 550 engenheiros com tĂtulos especĂficos em uma grande empresa. Foram 550 seres humanos, cada um com sua prĂłpria histĂłria. A confiança e a interação fluĂram mais livremente, com mais naturalidade.
HĂĄ uma versĂŁo mais longa deste exercĂcio na semana 5 de um CĂrculo Working Out Loud. Chama-se “5o fatos sobre vocĂȘ” Ele estĂĄ lĂĄ para ajudar as pessoas a sentirem que nĂŁo hĂĄ problema em ser vocĂȘ mesmo no trabalho, que compartilhar quem vocĂȘ Ă© pode ser uma espĂ©cie de contribuição e a base de uma conexĂŁo significativa com alguĂ©m.
NĂŁo precisamos perder nossa individualidade quando vamos ao escritĂłrio. “As pessoas sĂŁo nosso maior patrimĂŽnio” apenas se as deixarmos ser pessoas reais, apenas se nos permitirmos ser nĂłs mesmos.
"MASK" POR HENRY MOORE
Texto original em inglĂȘs por John Stepper em 19/07/2017:
Texto traduzido e adaptado ao PortuguĂȘs por Laerte Perches para a Comunidade Working Out Loud Brasil / WOLonlineBR

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