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O diretor de RH que eu gostaria de conhecer 👋

Um colega compartilhou um post de blog sobre "sucesso no trabalho" e eu cliquei nele esperando o conteúdo usual de prescrições propostas por pessoas que querem que o trabalho seja melhor, mas não podem fazer muito a respeito. 

No entanto, esse post era diferente. Ele foi redigido pelo chefe de RH do Fórum Econômico Mundial.


“Eu gostaria de ter escrito isso”

Seu nome é Paolo Gallo e ele mora em Genebra. No seu post, ele tentou redefinir a forma como vemos o sucesso no trabalho. Ele tinha uma visão quase romântica do que realmente é "heroísmo corporativo" e eu continuei balançando a cabeça para mim mesmo, enquanto passava por essa parte sobre de como medir o sucesso pelo título corporativo é ruim para o indivíduo e a empresa:

“1. Se valorizarmos apenas aqueles que alcançaram o topo da hierarquia, então, por definição, descartaremos os outros 99%. Criamos uma linha de produção cruel, que produz uma infinidade de pessoas frustradas e infelizes, que acreditam - muitas vezes erroneamente - que apenas aqueles que chegaram ao topo realmente triunfaram.

2. Ao ver nossas carreiras como uma corrida, entramos num estado de luta constante: "nós" contra todos os outros. Pense, por exemplo, em sistemas de incentivos: eu vi muitos e - mea culpa - planejei alguns que são focados em resultados de desempenho individual, mas nunca baseados em compartilhamento, cooperação ou um senso de propósito. Eu acredito que o estresse não está ligado apenas à quantidade de trabalho que temos, mas sim à baixa qualidade das relações que desenvolvemos com nossos colegas. Um clima organizacional de “cão come cão” diminui nossos relacionamentos, então eles se tornam apenas transacionais e utilitários, perdendo qualquer traço de conexão entre as pessoas. Essa obsessão com as aparências sobre o conteúdo tira de nós a nossa humanidade.

3. No final das contas, todos nós acabamos participando de uma corrida de ratos. Ficamos tão concentrados em nós mesmos e ocupados tentando vencer essa corrida, que esquecemos que, mesmo ganhando, continuaremos sendo ratos. E ratos vulneráveis: a crise econômica crônica, a reestruturação corporativa ou eventos simples fora de nosso controle podem nos tirar de nossos empregos. Se o sucesso corporativo é a única maneira com a qual você define sua identidade, então essa identidade será destruída com todas as consequências emocionais e sociais resultantes.”

O que fazer agora?

O que você faz quando lê algo interessante?

 

Comecei lendo mais de seu trabalho, incluindo outros artigos que ele postou no site do Fórum Econômico Mundial. Não há como “segui-lo” ou fornecer feedback por lá, então procurei em outro lugar.

 

Primeiro, pesquisei “Paolo Gallo” no Twitter e não o encontrei. Depois, usei o Google para pesquisar “Paolo Gallo World Economic Forum” e descobri que ele havia postado seus artigos no LinkedIn. Cliquei no botão “Seguir” do LinkedIn para ver seus próximos posts (e ele também poder ver que eu o segui).

Um dos seus posts mais recentes incluiu esta frase:

“Temos que internalizar a ideia de que "networking" não funciona quando nos envolvemos com as pessoas apenas quando "precisamos" de algo delas: precisamos ser doadores constantes de nosso tempo, atenção, respeito e ajuda.”

Isso me inspirou a deixar um comentário e oferecer o envio de uma cópia do livro Working Out Loud. Talvez ele não responda. Ou talvez acabemos colaborando de alguma forma. Independentemente do resultado, em poucos minutos senti como se abrisse algum tipo de porta, um portal que poderia levar a novas pessoas e possibilidades relacionadas ao meu trabalho.

***

Atualização: Algumas horas depois de eu escrever isso, Paolo Gallo teve a gentileza de agradecer-me pelo comentário e enviar uma solicitação de conexão personalizada no LinkedIn.

Atualização nº 2: Algumas horas após minha última atualização, ele me enviou uma nota muito legal e combinamos de nos encontrar em Nova York no final de abril. Estou muito ansioso por isso.

Atualização nº 3: Em 22 de abril, conheci Paolo no escritório do Fórum Econômico Mundial na cidade de Nova York. Ele tinha vindo de Genebra. Sentamo-nos em uma sala grande de conferências com uma mesa longa e impressionante. E sobre o que conversamos? Nossos filhos, nossa vida e ideias sobre como a maneira como todos trabalhamos poderia ser diferente, mais gratificante.

Eu não sabia disso quando escrevi este post, mas a missão do WEF inclui essa adorável linha, que inclui algo em que eu também acredito:

Acreditamos que o progresso acontece ao reunir pessoas de todas as esferas da vida que têm o ímpeto e a influência para fazer mudanças positivas.

Saímos do prédio juntos e antes de nos separarmos, ele sugeriu que tirássemos uma selfie juntos. Aqui estamos nós, no centro de Manhattan, com o tráfego da hora do rush como pano de fundo.

Espero que nos encontremos novamente.

Paolo Gallo e eu

Atualização nº 4: em 25 de outubro, nos encontramos novamente. Eu tinha visto que Paolo havia publicado um livro, La Bussola del Successo (A Bússola do Sucesso), e eu tinha enviado parabéns. Ele me convidou para um evento comemorativo do lançamento do livro em Nova York. Era nos escritórios do Fórum Econômico Mundial e patrocinado em parte pela universidade onde graduou-se, Bocconi University. No evento havia uma mistura fascinante de pessoas.

Eu fiquei na parte de trás, ouvindo sua conversa. Depois ele foi cercado por pessoas. Enquanto esperava para dizer olá, conheci a esposa e a filha dele e tivemos uma conversa adorável - sobre o livro, sobre novas carreiras (tanto dela quanto minha), sobre filhos. Enquanto a multidão diminuía, Paolo cumprimentou-me com um caloroso abraço europeu, agradecendo por eu ter ido. Ele assinou um livro para mim, um lembrete físico na minha estante de como é fácil conectar.

Texto traduzido e adaptado ao Português por Edgar Amorim para a Comunidade Working Out Loud Brasil / WOLonlineBR

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